Cerca de 1.200 trabalhadores da Usina Naviraí (Usinavi) continuam se receber os salários do mês de junho, que deveria ser pago no quinto dia útil do mês de julho. A situação tem deixado os trabalhadores sem dinheiro e apreensivos quanto ao futura da empresa.

Nesta terça-feira, 28 de julho, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar e Álcool de Naviraí, Altair Custódio, esteve na redação da Folha de Naviraí quando concedeu entrevista e falou sobre o momento vivido pelos trabalhadores da Usinavi.

Segundo o sindicalista no inicio da tarde de segunda-feira (27) iria acontecer uma audiência entre o Ministério Público do Trabalho, sindicato e um representante da empresa. No entanto a audiência não ocorreu, pois o representante da empresa alegou que não poderia comparecer e a audiência foi transferida para esta quarta, dia 29 de julho, na sede do Ministério Público do Trabalho, em Dourados.

Atualmente empresa está em recuperação judicial e já apresentou a Justiça um novo plano de recuperação. Mas apesar de ser uma nova proposta, o documento é tratado como um ajuste da proposta de recuperação judicial anterior, tendo em vista que que a lei não prevê mais de um plano de recuperação judicial para uma mesma companhia. Enquanto isso, as centenas de trabalhadores seguem sem receber os salários.

– Até agora a empresa não dá previsão de pagamento. A empresa não se manifesta se vai pagar, como vai pagar. Entre junho e julho cerca de 230 foram demitidos, é o que diz a empresa. Mas este número pode ser superior. Estes que perderam o emprego ainda não receberam as verbas rescisórias e nem o pagamento pelos dias trabalhados – diz o sindicalista.

O sindicato tem buscado junto as entidades como a Associação Comercial, poder público e o comércio local arrecadar cestas básicas para serem entregues aos trabalhadores que estão sem receber os seus vencimentos.

– Os trabalhadores que estão na ativa e os demitidos estão sendo cadastrados para receberem este auxílio que é paliativo. O que queremos é que a empresa quite os vencimentos com os trabalhadores – afirma o sindicalista.

O pagamento do mês de maio só foi pago nos dias 26 e 27 de junho, após os trabalhadores entrarem em greve e fechar a entrada da usina.

– Hoje está indo para o segundo mês sem receber e a situação está ficando insustentável. Na reunião desta quarta em Dourados, nós esperamos que haja uma definição sobre os salários e quando a Usinavi retornará com suas atividades normais. O sindicato não tem tido acesso às informações oficiais por parte dos diretores da empresa. O intuito é obter estas informações para passar de forma precisa para os trabalhadores. Muitos já tiveram propostas de outros empregos e não podem assumir compromisso enquanto não ocorrer uma decisão por parte da Usinavi – finalizou.

Por conta da indefinição, os trabalhadores prometem voltar a fechar o rodovia BR-163 a qualquer momento para pressionar a direção da empresa.