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Postada por: Jr Lopes dia 25/08/2015
Prefeituras do Paraná ameaçam fechar por falta de dinheiro
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Prefeituras paranaenses de pequeno e médio porte podem paralisar o atendimento ao público, por um dia, no começo do mês que vem em protesto pela queda nos repasses do governo federal e cortes de convênios firmados pela União com os municípios. A mobilização está sendo convocada pela Associação dos Municípios do Paraná (AMP) e encontra ressonância em associações regionais. 


O contingenciamento federal atinge também as cidades maiores, como Londrina. Ontem, assessores do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) finalizavam as correspondências que vão ser enviadas aos três deputados federais da cidade – Marcelo Belinati (PP), Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Alex Canziani (PTB) – e ao líder da bancada paranaense na Câmara, deputado João Arruda (PMDB), além dos senadores, pedindo negociação junto ao governo federal. No documento, Kireeff pediu que fosse incluído o relatório de obras paradas por falta de repasses federais. A reportagem apurou que o prefeito vai a Brasília nos próximos dias percorrer os ministérios. 


Apenas para o Teatro Municipal de Londrina, a União deixou de repassar R$ 3 milhões da primeira fase já executada pela empreiteira. A obra está totalmente parada. Para a duplicação da rodovia Mábio Gonçalves Palhano, na zona sul, o governo federal deve R$ 1,6 milhão. A obra está em andamento com recursos municipais. 


De acordo com o presidente da AMP, Marcel Micheletto (PSDB), os prefeitos precisam mostrar para a população que a conta não está fechando. "Temos diversas obras paradas nas cidades, mesmo naquelas onde já fizeram a contrapartida. Aí, o povo vê o serviço pela metade e cobra o prefeito, mas como ele vai resolver se o dinheiro contratado não vem?", diz Micheletto. Entre as dificuldades, Micheletto, que também é o prefeito de Assis Chateaubriand (Oeste) destacou a diminuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), atraso para execução das emendas já aprovadas no Orçamento da União e aumento na conta de luz. 


"Eu sempre tive saldo positivo com a Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública), mas agora eu tenho que retirar do caixa do município R$ 80 mil por mês para pagar a conta de energia", reclamou Micheletto. 


Questionado sobre a parcela do governo estadual na conta dos municípios, o presidente da AMP, que recentemente se filiou ao PSDB, partido do governador Beto Richa, amenizou o tom. "Realmente, doeu no bolso de todos o ajuste do governo, mas o Estado está retomando os repasses, ou seja, está havendo o retorno aos municípios." 


O presidente da Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar) e prefeito de Centenário do Sul (Região Metropolitana de Londrina), Luiz Nicácio (PSC), concorda com a paralisação "para conscientizar a população". "Todo mundo fala sobre as crises federal e estadual, mas quem está sofrendo mesmo é o município. Precisamos da revisão do pacto federativo", disse Nicácio, enquanto fazia as contas sobre a folha de pagamento do funcionalismo. "Caiu a arrecadação do ICMS e isso está complicando também."


Fonte: Folha de Londrina







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