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Postada por: Redação/A.V dia 03/10/2010
Sob ceticismo de aliados, Serra não pensa em derrota
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Apesar do ceticismo que paira sobre seus próprios aliados, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, chega hoje à sua nona eleição dizendo-se certo de que haverá segundo turno e já planeja retomar o ritmo de campanha amanhã mesmo.


"Sei que muitos de vocês não acreditam. Mas tenho certeza que estarei no segundo turno", disse Serra a íntimos colaboradores, antes mesmo de a candidatura Dilma sofrer abalos.


Expresso numa agenda agitada, esse otimismo preocupa tucanos. Temem que Serra sofra um choque caso a expectativa seja frustrada.


Os tucanos trabalham com as duas hipóteses. Confirmado o segundo turno, Serra deverá convocar aliados já eleitos --como o ex-governador de Minas Aécio Neves-- para reforçar a campanha.


"Não poderemos demorar 24 horas. Se houver segundo turno, domingo à noite temos uma conversa e segunda, reunião", disse Aécio, que promete atuar com maior liberdade em favor de Serra depois de eleito.


Seja qual for o resultado de hoje, Aécio surge como herdeiro do comando do partido. Segundo tucanos, Geraldo Alckmin --líder nas pesquisas para o governo paulista-- não imporá obstáculos aos projetos de Aécio.


No entanto, a articulação contraria o atual presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE).


"Aécio nunca me disse que quer presidir o partido", diz.


Para evitar o acirramento de uma crise no pós-eleição, o PSDB adiou em seis meses --para maio do ano que vem-- suas eleições internas, originalmente programadas para novembro.


"Vai surgir um movimento forte a partir de Minas, sob a liderança de Aécio. Seja em apoio a Serra ou oposição a Dilma, esse movimento vai agregar outros partidos", afirmou o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, aliado de Aécio.


Além da "tomada" do partido por Aécio, que se credencia como nome para as eleições presidenciais de 2014, o que os tucanos anteveem em caso de derrota é uma lavagem de roupa suja.


O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) já se preocupa com a possibilidade de "declarações precipitadas" e defende que o partido "espere a poeira baixar" pelos próximos três meses.


Em caso de derrota, tucanos também têm como certo que o ônus do fracasso recairá sobre os ombros de Serra, que puxou para si a definição das táticas da campanha.


Nesse sentido, a turbulência persistirá ainda que Serra chegue ao segundo turno. Tucanos defendem que o comando da campanha seja ampliado, com a convocação de um conselho político.


O tucanato pedirá que a propaganda na TV exalte as qualidades do PSDB, de forma a resgatar a imagem do partido.


Se for derrotado já no primeiro turno, Serra deverá passar uma temporada fora do país, a exemplo de 2002.


Fonte: Folha







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