Sindicalistas e representantes de movimentos sociais que integram o Fórum Estadual de Combate à Corrupção desistiram há pouco do protesto que fariam hoje na Governadoria. O governo do Estado mobilizou forte aparato policial com nada menos de cinco viaturas da Polícia Militar que ficaram à espera dos manifestantes. A Cigcoe, tropa de elite da PM, também foi acionada. Os dirigentes avaliaram que seria perigoso para os integrantes do movimento, pois, haveria risco de violência.
Por volta das 10 horas, a Polícia Militar começou a se desmobilizar da frente da Governadoria. Mas, as viaturas passaram a fazer rondas pelo Parque dos Poderes. Um grupo da Cigcoe permaneceu dentro da Governadoria em reunião fechada no auditório.
Ontem, horas após o confronto com estudantes universitários no protesto em frente à Assembleia Legislativa, os manifestantes anunciaram que fariam grande “ato revolucionário” na Governadoria nesta manhã.
“Acho que eles nos interpretaram mal. A intenção era apenas fazer uma grande faxina em frente da Governadoria”, explicou o presidente do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, Paulo Ângelo.
Em vídeo que circula pela internet, o deputado Ary Rigo (PSDB) detalha susposto esquema de partilha de dinheiro público entre membros dos três poderes e coloca em suspeição o governador André Puccinelli (PMDB). Rigo diz, nas imagens, que repassava R$ 2 milhões por mês ao governador. Puccinelli, por sua vez, nega o recebimento de dinheiro ilegal, mas já apresentou ao menos quatro versões diferentes para a devolução de dinheiro da Assembleia para o governo.
Inviabilizado o protesto na Governadorira, os manifestantes estiveram no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) onde entregaram documento pedindo investigações sobre as declarações de Ary Rigo. O presidente do TRE-MS, Luiz Carlos Santini, recebeu uma comissão de manifestantes.
Paulo Ângelo que tem liderado as manifestações no Parque dos Poderes que começaram na semana passada explica que a ideia agora é cessar os protestos para impedir tumultos nas vésperas da eleição. “A agenda já foi cumprida. Agora, o ideal é o eleitor ficar na tranqüilidade para poder decidir”, explica.
O próximo ato do Forum é uma assembléia na sede da Fetems, em Campo Grande, na quinta-feira, às 14 horas. A partir desta reunião, o grupo vai decidir os próximos passos. Os dirigentes avaliam que o movimento ganhará mais adesões após a eleição de domingo.
Com isso, o Forum pretende aumentar a pressão sobre órgãos públicos para a investigação do relato de Rigo. O grupo já protocolou documentos pedindo investigações à Polícia Federal, MPE e MPF.
Fonte: Midiamax