Inconformados com a morte do comerciante Joaquim Araújo Dias Filho (Boa), de 41 anos, os familiares preparam uma passeata na noite de ontem (04) no entorno da Praça Euclides Fabris. O manifesto começoou às 20h, de frente a Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima, logo após o término da missa.
Aos gritos de "justiça" e "vamos fazer um trânsito sem álcool", familiares e amigos de Joaquim, portavam cartazes e chamavam a atenção de motoristas e pedestres que passavam pelo local.
“Meu irmão morreu inocentemente, e ao autor está em liberdade, ele sendo um médico nem socorro prestou ao meu irmão”, gritava a irmã de Joaquim, a enfermeira Maria Amélia Dias, para as pessoas que passavam pelo local do manifesto, em meio aos gritos clamando por justiça.
O acidente
Joaquim foi atropelado pela Ford Ranger conduzida pelo médico Nelson Antônio Gasperin, de 51 anos, que, segundo a polícia, estava embriagado. O médico perdeu a direção do seu veiculo invadindo o bar localizado na avenida Mato Grosso, atingindo e matando Joaquim que estava sentado em um cadeira de área na porta de seu estabelecimento, na última quinta-feira (01).
Durante uma vistoria no interior da cabine da camionete Ford Ranger de cor prata, placas ASK-1714-Umuarama-PR, do médio, os policiais encontram dois litros de Whisky Red Label, sendo um lacrado e o outro quase seco.
Segundo a PM, eles já haviam recebido ligações na sede do batalhão dizendo que uma camionete Ranger de cor prata estava vindo na estrada MS 487, em direção Naviraí, zigue zague-ando na pista. A PM então por sua vez informou aPRF (Policia Rodoviária Federal).
O médico, que se recusou a fazer o teste de bafômetro, ele foi indiciado em flagrante pelo delegado da Polícia Civil, por dirigir embriagado e homicídio doloso. Na noite da última sexta-feira ele teve o pedido de liberdade provisória aceito pela juíza da Comarca de Naviraí, Marilza Baptista. A juíza acatou aos argumentos do advogado de defesa, Ernani Fortunati.
Segundo o advogado, seu cliente dirigia a 40 km/h. Ele perdeu o controle do veículo por causa das condições da pista e de um tubo de pavimentação de obra da prefeitura.
Fortunati nega que o médico estivesse embriagado, conforme termo de constatação elaborado pela Polícia Militar. “Não há provas ou detalhes que indiquem que estava embriagado”, afirma, acrescentando que o termo é procedimento de praxe. O médico se recusou a se submeter ao teste de alcoolemia, apesar de haver indícios de que ele estaria embriagado.
Questionado sobre as duas garrafas de whisky encontradas no interior da caminhonete, o advogado de defesa, Ernani Fortunati, respondeu da seguinte forma: “Ele estava carregando sim, mas era de outro dia na residência dele, quando ele havia ingerido o whisky. Ele estava levando para a fazenda dele”, declarou.
A Polícia Civil continua realizando investigações e irá ouvir testemunhas para concluir o inquérito.
Fonte: Tanamidianavirai