Dados sobre habilitações de nove Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) indica o que já se percebe há algum tempo nas ruas de Campo Grande e das principais cidades de Mato Grosso do Sul: cresceu o número de mulheres que pilotam motocicletas. A pesquisa revela que aqui no Estado o Detran emitiu no ano passado 110 mil habilitações para motociclistas femininas em todas as categorias, perto de 10 mil CNHs a mais do que em 2008.

Pelo estudo, o aumento de mulheres que transitam sobre duas rodas no Estado cresceu 21,1% e hoje a participação delas no trânsito sul-mato-grossense subiu de 14%, em 2008, para 25% no ano passado. Isso significa que a cada quatro motocicletas circulando pelas ruas do Estado, uma delas é conduzida por mulher.

Reportagem publicada no G1, afirma que o levantamento dos Detrans indica que o volume de mulheres habilitadas para pilotar motociclistas cresceu no Brasil entre 20% a 35,7% no ano passado. O estudo aponta ainda que apenas em Mato Grosso houve queda de 22,4%. De acordo com a Abetran (Associação Brasileira de Educadores do Trânsito), é cada vez mais comum encontrar uma motociclista pelas ruas do país seja por diversão ou por trabalho.

A reportagem do Midiamax não teve dificuldades em achar duas mulheres que pilotavam motocicletas nesta manhã, na parte central da cidade. A recepcionista Alcilene Costa, 31, disse ter levado dois anos para pagar a sua Suzuki e narrou o motivo da opção pelas duas rodas: facilidade na locomoção, preço do veículo e já não suportava mais depender do transporte coletivo urbano.

Já a agente de saúde Rosângela Vargas, 33, moradora do jardim Tijuca, comprou uma Biz 125 cilindradas em 36 parcelas. Ela disse que é a sua segunda motocicleta e a opção pelo veículo de guidão foi influída pelo preço, facilidade na locomoção e o mais importante, segundo ela: o gosto pelas duas rodas.

A economia também é um aspecto positivo: com um litro do combustível, por exemplo, é possível rodar uns 40 km.

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), afirma que existem cinco tipos de categorias de habilitação que permitem aos motoristas dirigir motocicletas e também outros veículos. A mais comum no país é a de categoria AB, que habilita os motoristas para a condução de carros de passeio e motocicletas.

A modelo Caroline Ueno, 22 anos, é uma das mulheres do país que dirigem apenas motocicletas (CNH categoria A). Ela é de São Paulo e se mudou para Salvador antes do último réveillon. "Acho o trânsito baiano mais complicado que o de São Paulo. Aqui tenho mais medo de andar de moto do que nas ruas paulistanas."

Ela afirma que nunca sofreu acidente enquanto estava no comando da motocicleta. "Mas já sofri dois acidentes, quando estava na garupa de um homem. Realmente, acho que as mulheres no trânsito são muito mais cautelosas do que os homens. Ainda há muito machismo pelas ruas. É muito difícil encontrar algum motorista homem, seja de carro ou de moto, que respeite as mulheres no asfalto", disse Caroline.

Fonte: Midiamax