Página Inicial | SÁBADO, 04 DE MAIO DE 2024
Postada por: Andrey Vieira dia 12/03/2012
Mulher supera perda do filho, vence as drogas e doa rim para salvar vida do marido
Compartilhar Notícia
Déborah e Antonio já estão em casa e se recuperam da cirurgia (Foto: Orisvaldo Sales)


Uma história de amor, dor, perda e superação! Assim podemos definir parte da vida do casal Déborah Carla Andrezi Pagani de 44 anos e seu marido Antônio Pagani, de 63 anos, moradores de Naviraí, casados há 14 anos.


Em entrevista ao site Portal do MS, ela contou dos desafios vencidos nos últimos anos. Dentre eles: a perda do filho, o jovem policial Wilson Andreasi Neto, de 21 anos (in memorian), que cometeu suicídio em 2011 e o vício pelo crack, no qual teve que lutar, para poder doar um órgão a seu marido.


DOAÇÃO


Antônio convivia há vários anos com uma insuficiência renal e já havia perdido um dos rins por conta da doença e vinha deste então fazendo dia sim e dia não 4h de hemodiálise. “A gente tem uma vida, e quando começa a fazer hemodiálise a sua vida muda radicalmente, você passa a ser escravo daquela máquina, perde a sua liberdade. Aquilo ali só para ter a sua sobrevivência, não vai curar nunca”, relatou Antonio após passar de 7 a 8 meses fazendo hemodiálise.


Diante disso, os médicos recomendaram para que ele fizesse um transplante de rim. Ao ver o sofrimento do marido fazendo quase que diariamente as sessões de hemodiálise, Déborah, resolveu doar um dos seus rins para salvar a vida do marido.


“Foi na primeira vez que vi ele em uma cadeira de hemodiálise. Enquanto você nãoseu marido com duas agulhas enfiadas no braço e aquela máquina trabalhando, quatro horas sentado em uma cadeira, parece que a ficha não cai. É um tratamento que pode ser fatal e não filtra 100% do sangue foi quando eu percebi que poderia fazer alguma coisa por ele”, contou.


DROGAS


Para ajudar o marido, Déborah teve que lutar contra o vício das drogas. Usuária de crack ela contou do desafio a ser vencido para salvar a vida do marido. Ela lembrou que após a perda do filho passou a usar novamente as drogas. “Foi um grande trauma e eu voltei a usar crack. tive uma recaída e dessa foi mais forte, mas me recuperei", contou a dona de casa.


TRANSPLANTE


Para fazer o transplante Déborah teve que passar por diversos exames para poder ser doadora. Isso era apenas o começo. O primeiro passo a ser dado era se livrar das drogas. “Para ajudar meu marido eu tinha que ajudar a mim mesmo. Procurei ajuda dos meus parentes dos parentes dele, e todos se prontificaram a nos ajudar”, disse Déborah.


Após fazer tratamento para se livrar das drogas, Déborah passou por uma série de exames. Segundo a médica nefrologista, Thais Vendas, o risco de um usuário de drogas contrair doenças como hepatite ou HIV é maior. “Os exames foram necessários para nos certificarmos de que o transplante não causaria nenhum risco para o paciente”, lembrou.


O transplante realizado no dia 14 de fevereiro deste ano na Santa Casa de Campo Grande e durou cerca de 7 horas. O casal já está em sua residência em Naviraí e passa bem.


O casal que se recupera da cirurgia, já faz planos para o futuro. "Queremos uma “lua de mel”, diz sorridente Déborah.


Fonte: PortaldoMS







Naviraí Diário | Todos os Direitos Reservados