O mês de dezembro é um período de campos secos no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A área, que passou este ano por uma das maiores cheias dos últimos tempos, enfrenta agora períodos de seca. A vegetação rasteira já começa a brotar nas nas áreas que, em maio, estavam alagadas. É a hora de trazer o gado de volta para as regiões mais baixas.

O período da vazante, quando o nível do rio baixa para dar espaço à seca, coincide com a época de piracema do estado. Segundo as informações São quatro meses em que é proibido pescar.

Com a proibição da pesca, o jeito é encontrar alternativas para sustentar a família. O produtor rural Osvaldo Dias aproveita que as terras secaram para fazer a lavoura. “Nós estamos pretendendo plantar milho, mandioca, melancia e outros tipos de produto como abóbora e verduras. Vamos colocar os produtos para vender na cidade”, disse o produtor.

Geralmente quem tem terras próximas ao rio, no meio do Pantanal, tem só seis meses para fazer a plantação. No resto do ano, tudo fica alagado. O engenheiro agrônomo Luiz Audi explica que após a vazante a terra fica fértil e muito boa pra plantar. “Esse processo químico é natural. Movimenta a terra e ela vem suspensa na água, quando chega na planície ela precipita. É o processo de fertilização natural”, afirmou Audi.

A horta do produtor rural Ramão Silva Amorim mostra bem os reflexos da terra boa do Pantanal para qualidade da produção. Ele planta alface, couve, agrião e outras verduras, além de beterrabas e cenouras. “O consumidor gosta mais dos produtos fresquinhos”, afirmou Amorim.

Amorim acredita que a vantagem vem na hora da venda para o consumidor. “Bom para o produtor, que consegue vender os vegetais na cidade com preço bom”.

Fonte: G1/MS