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Postada por: Andrey Vieira dia 15/11/2011
Safras recordes pressionam para baixo os preços dos grãos, avalia FAO
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Valores atrativos no início do ano fizeram agricultores ampliarem produção de trigo, milho e soja (Foto: Divulgação)


Os preços globais dos grãos devem enfrentar mais pressão nos próximos meses, uma vez que muitos produtores estão colhendo safras recordes, dando várias opções de origem aos importadores. A forte recuperação da produção é uma resposta aos preços, que atingiram máximas de 30 meses em fevereiro, o que encorajou produtores a ampliarem a área de plantio.


– A produção de grãos acabou sendo muito melhor do que imaginávamos mais cedo nesta temporada. Os agricultores não teriam produzido amplos volumes se os preços não fossem atrativos – disse o secretário do Grupo Intergovernamental para Grãos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Abdolreza Abbassian.


O Índice de Preços de Alimentos da FAO atingiu a mínima de 11 meses em outubro, e a organização agora estima a produção global de cereais em 2011 em um recorde de 2,325 bilhões de toneladas. Abbassian disse que Rússia, China, Ucrânia e América do Sul produziram mais grãos em resposta aos preços mais altos.


Os preços globais do trigo permanecerão pressionados devido às grandes safras na Austrália e na região do Mar Negro, e os preços devem ficar na faixa de US$ 6 a US$ 6,50 por bushel, disse o analista da MaxYield Cooperative, Karl Setzer. Atualmente, os preços na Bolsa de Chicago (CBOT) estão em torno de US$ 6,21 por bushel, 30% abaixo do pico de 2011 de US$ 8,9325, alcançado em fevereiro. A ampla oferta fez com que a cotação do trigo ficasse abaixo da do milho pela primeira vez em 16 anos.


Devido aos preços, a Ucrânia elevou a produção de milho, não apenas abandonando outras lavouras como também ampliando a área, disse Abbassian. O Conselho Internacional de Grãos estima que a produção ucraniana no ano da safra iniciado em 1 de julho subirá 57%, para 18 milhões de toneladas.


– Os produtores responderam aos altos preços e farão o mesmo no ano que vem, então podemos esperar um cenário mais baixista na segunda metade de 2012, quando chegar a próxima safra – disse o economista agrícola da Universidade de Kansas, Jay O'Neil.


O milho recuou 20% depois de atingir o pico em junho, para US$ 6,40 por bushel, mas analistas acreditam que os preços cheguem a US$ 6 antes de encontrar suporte. Segundo eles, a soja é negociada agora a US$ 11,80 por bushel, 19% abaixo da máxima deste ano e pode cair para US$ 11.


Fonte: Canal Rural







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