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Postada por: Andrey Vieira dia 22/10/2011
Em meio à crise, ministro do Esporte continua no cargo depois de reunião
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O ministro do Esporte, Orlando Silva, continua no cargo, pelo menos por enquanto. Após uma reunião de cerca de uma hora com a presidente Dilma Rousseff, o ministro informou à imprensa que permanece no cargo e comentou dados da agenda até novembro. Ele disse ainda que apresentou à presidente uma contestação às denúncias feitas contra ele.


Pouco depois da fala do ministro, a presidente Dilma Rousseff divulgou nota em que defendeu a presunção da inocência de Orlando Silva.


– (...) o governo “não condena ninguém sem provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência.” “Não lutamos inutilmente para acabar com o arbítrio e não vamos aceitar que alguém seja condenado sumariamente”, disse a presidenta. Na reunião, o ministro informou à presidenta que tomou todas medidas para corrigir e punir malfeitos, ressarcis os cofres públicos e aperfeiçoar os mecanismos de controle do Ministério do Esporte – diz a nota.


A crise no ministério do Esporte começou no último fim de semana, quando a revista “Veja” trouxe as denúncias do policial militar de Brasília, João Dias Ferreira, contra o ministro. Segundo o PM, Orlando Silva seria o mentor e beneficiário de um suposto esquema de cobrança de propina para assinatura dos convênios do programa, voltado para a prática desportiva de crianças carentes. Duas entidades comandadas pelo policial tinham convênios com o ministério, assinados em 2005 e 2006 pelo então secretário-executivo e depois ministro Orlando Silva.


De acordo com Dias, o esquema cobraria uma taxa de até 20% dos valores dos convênios para que fossem aprovados. Um funcionário de Dias, Célio Soares Pereira, afirmou ter entregado dinheiro do esquema nas mãos do ministro. O dinheiro iria para parte dos integrantes do esquema e para os cofres do PC do B, partido do ministro. Ao longo da semana, veículos de imprensa trouxeram informações de irregularidades em outros convênios do programa.


Defesa


Desde a publicação das denúncias, o ministro se defendeu publicamente. No sábado, concedeu entrevista coletiva em Guadalajara, onde acompanhava os Jogos Pan-Americanos. Ali, estabeleceu o discurso que repetiria em coletiva no Brasil e em audiências na Câmara dos Deputados e no Senado Federal realizadas esta semana. Orlando Silva negou participação em qualquer irregularidade, assim como afirmou ter se encontrado apenas uma vez com João Dias e à época da assinatura do convênio, e disse que as denúncias seriam uma reação à exigência do ministério de que o policial devolvesse quase R$ 3 milhões destinados aos convênios. No fim da semana, a Advocacia-Geral da União entrou na Justiça Federal, a pedido do ministro, com uma queixa por calúnia contra os denunciantes.


O PC do B, também citado na reportagem, também se defendeu. Em nota, negou qualquer irregularidade e disse que as denúncias foram uma "campanha difamatória" contra o ministro e uma "agressão à democracia brasileira" ao atacar a honra do partido.


Mesmo com as defesas, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar as denúncias. O governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, também pode ser investigado. O ministro Orlando Silva atribuiu a uma recomendação dele a reunião com Dias e a assinatura dos convênios. Em nota, o governador alega que, durante o período que comandou o ministério, não ofereceu "fatos que mereçam censura ética ou legal", e que as irregularidades encontradas naquela época foram combatidas.


Fonte: G1







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