O prefeito de Nova Canaã do Norte, Antônio Luiz Cesar de Castro (DEM), assassinado na última sexta-feira no Mato Grosso, havia sido ameaçado há pouco mais de um ano. Segundo o delegado Josué de Jesus, a ameaça teria partido de alguém com interesse em um imóvel adquirido pelo prefeito em um leilão judicial em março de 2010. Apesar disso, a Polícia Civil ainda não confirma que o assassinato teve ligação com o episódio do ano passado. - Esta não é a única linha de investigação - afirmou Josué de Jesus.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado designou três delegados para investigar o caso. Até a tarde do domingo, cerca de dez pessoas haviam sido ouvidas, entre elas a viúva do prefeito, Teresa Marques de Oliveira Castro, secretária de Bem Estar Social do município.

O que se sabe até agora é que Castro foi assassinado por um homem, com uma pistola calibre 380. Após fazer os disparos, o assassino correu em direção a um Gol branco, onde um comparsa o esperava. O crime aconteceu durante uma festa no Clube do Laço.

Um detalhe que chamou à atenção da Polícia Civil foi o fato de o assassino ter perguntado a Castro, antes de atirar, se ele era mesmo o prefeito. Para os investigadores, isso significa que o assassino não é da cidade, que tem pouco mais de 12 mil habitantes.

Este foi o segundo assassinato de um prefeito em Mato Grosso no intervalo de 15 dias. No dia 23 de julho, o prefeito de Novo Santo Antônio, Valdemir Antônio da Silva, foi morto dentro de casa, na frente de um filho adolescente. Ninguém foi preso. Ele também disse que estava sendo ameaçado. A administração de Silva foi marcada por denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público.

A AMM (Associação Mato-Grossense dos Municípios), uma entidade que reúne prefeitos do Estado, vai realizar nesta terça-feira um ato cobrando "empenho e celeridade" nas investigações dos dois crimes.

Fonte: O Globo